Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. (2 Timóteo 4.3,4) - Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. (Tito 2.1)
1 Tessalonicenses 5:21

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A oração egocêntrica

(Veja Lucas 18.9-14)

Verdadeira OraçãoPode alguém orar de si para si? Se a definição de oração é 'falar com Deus', como pode alguém orar para si? Jesus conta esta parábola falando de um fariseu que em praça pública orava desta maneira, contrastando com a do publicano que, na mesma praça, apenas dizia: 'Ó, Deus, tenha misericórdia de mim, pecador!' (v.13). Mas a primeira é a oração egoísta, centrada em si mesmo, com preocupações estritamente pessoais, que não visa mais ninguém, não visa o Reino e nem a vontade de Deus. É o que Tiago comenta dizendo que é a oração daquele que pede mal e por isso mesmo 'não receberá' (Tg 4.4). Lucas, ao dar início a esta narrativa, comenta que Jesus se dirigia a alguns em especial que estavam, no meio da multidão e que tinham esta oração por prática. Suas características são:

1ª)
'confiavam em si mesmos', enquanto a Palavra declara que toda nossa confiança precisa estar firmada no Senhor. 'Uns confiam em carros outros em cavalos', mas os verdadeiros servos confiam tão somente no 'nome Senhor nosso Deus' (Sl 20.7). Nas palavras de Isaías: 'confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus' (Is 50.10, ou ainda Sl 125.1; Sl 62.8). Você tem realmente confiado no Senhor? Pois se alguém não confia plenamente nEle, em quem confiará?

2ª) 'criam que eram justos', quando apenas Deus pode assim julgar, além do que nossa justificação vem também de Deus. No sentido pleno de reto, correto, íntegro, ninguém é justo senão em Deus, pois o 'o homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus' (Gl 2.16).

3ª)
'desprezavam os outros', enquanto o ensino de Cristo nos leva a amar e cuidar uns dos outros e ainda 'considerar o outro superior a si mesmo' (Fp 2.3).

Enfim, as orações de pessoas que agem desta maneira são meramente 'de si para si', sem qualquer possibilidade de obterem de Deus aceitação, justificação e resposta. Quanto àquele publicano orava como alguém que reconhecia suas falhas, seu pecado, demonstrava arrependimento e colocava tudo isso diante de Deus em busca de restauração e justificação.

Assim deve ser nossa oração, visando o Reino e vontade de Deus, com toda humildade porque 'aquele que a si mesmo se humilha será exaltado'!


Pr. Gervario Sousa